terça-feira, 4 de dezembro de 2007

MUITO TRISTE

É realmente muito triste quando se tem uma notícia má sobre alguém que, mesmo que se conheça bem, faz o que nós fazemos todos os dias.

Um colega triatleta foi atropelado na Madeira por um animal que o projectou umas dezenas de metros e o deixou em coma profundo. Só o vi uma ou duas vezes e terei falado com ele outras tantas, mas desejo-lhe as rápidas melhoras e a melhor sorte do mundo, como se da minha pessoa se tratasse...porque amanhã, infelizmente, poderei ser eu ou outra pessoa qualquer que conheço muito melhor e de quem muito gosto.

Nunca pensei muito nisso, ou tentei não pensar, e sempre saí de casa com vontade de ir fazer o meu treininho sem chatear ninguém nem ser chateado. Mas mesmo assim, já tive mais razias do que aquelas que gosto de me lembrar.

No entanto recuso-me a ficar refém de umas bestas que pensam que a estrada é delas, só porque guiam máquinas assassinas. Caso não saibam pagamos os mesmos impostos (se calhar mais porque eu não posso fugir aos impostos e alguns desses senhores devem fugir) para construir e manter as mesmas estradas.

Se querem brincar aos rallies, vão para um autódromo ou aluguem um kart e divirtam-se a espetar os cornos contra um muro...Não venham é para a via pública brincar ao Carmaggedon.

Se realmente houvesse justiça divina, esses c***** seriam todos atropelados por camiões da TIR e estes por sua vez por qualquer coisa maior...Fico à espera que alguém lá de cima me dê razão.

Realmente em Portugal é extremamente perigoso ser desportista (não futebolista, porque isso não é desporto), mas ser desportista de uma modalidade que tenhamos que treinar dia sim, dia sim na rua, ao pé de pessoal que não tem qualificação para guiar um carrinho de linhas, quanto mais uma máquina assassina de mais de 1 tonelada. Para quando, em Portugal, condutores mais conscientes do perigo que é conduzir, não só para nós para especialmente para aqueles com que nos cruzamos?

Até lá, continuamos a arriscar a vida cada dia que saímos para dar uma volta de treino, mesmo que o façamos sem consciência dos reais perigos. Recuso-me, no entanto, mesmo conhecendo esses riscos, a abdicar da minha liberdade de usufruir das estradas que também eu pago.

Só espero que qualquer dia ninguém tenha que escrever no seu blog por qualquer acidente que me tenha acontecido ou a qualquer uma das pessoas a que sou chegado. Aí sim seria ainda mais devastador...

Tudo de bom Marcelino...e que possas estar connosco, em condições, o mais rápido possível.

1 comentário:

Dário Santos disse...

É um verdadeiro perigo andar na estrada, é verdade... Seja de bike ou a correr, ainda mais quando é de noite... Mas por vezes nem sei se o maior perigo não é aquele que corremos quando nós próprios vamos a conduzir... Mas sei que adoro qundo ultrapasso uma série de "máquinas assassinas", tipo a descer para o Marquês ou coisas do género... Temos que ter sempre cuidado, mas só acontece a quem anda lá fora...